Martinica nos passos da imperatriz Josephine

MartinicaCultura e Patrimônio

Patrick Bennet
© Patrick Bennet

Tempo de leitura: 0 minPublicado em 30 setembro 2019

E se formos conhecer Josephine de Beauharnais na Martinica? Esta é uma maneira bastante original para se descobrir a ilha francesa, e seguir os passos da mulher que se tornaria esposa de Napoleão e imperatriz da França. Vinda de uma rica família de colonos comandantes de uma exploração agrícola, nasce Joséphine, ou Marie Josèphe Rose Tascher de La Pagerie a Trois-Ilets na Martinica em 1763. Desde sua casa de nascimento até a plantação familiar, percorremos a trilha de uma criança que prometeu um futuro histórico.

A casa de infância da imperatriz

CMT-R. Haughton
© CMT-R. Haughton

Quando Joséphine nasceu, a família La Pagerie não esperou por uma menina. Então, a família se surpreendeu com o incrível destino dessa criança nascida na Martinica, que se tornaria a primeira imperatriz dos franceses ao lado de seu marido Napoleão em 1804.

Joséphine, que se chama Rose, nasce no conforto de uma plantação de açúcar, onde hoje se encontra o Museu da Pagerie. Descobrimos muitos objetos que pertenciam à futura Josephine, como sua cama de donzela e estátuas dedicadas à ela no sumptuoso jardimtropical da propriedade, pelo qual é possível caminhar.

Com grande importância história e junto ao seu patrimônio arquitetônico, o terreno daPagerie, no século XVIII, produzia cana-de-açúcar, café e cacau. Após ser destruída por um furacão, a propriedade foi reconstruída e inaugurada como um museu em 1929.

A fábrica de açúcar do Museu Pagerie

A. LEPRINCE
© A. LEPRINCE

Hoje, apenas as ruínas da fabrica de açúcar testemunham a riqueza do passado. Joseph-Gaspard de Tascher, de La Pagerie, pai de Josephine e ex-cortesão em Versalhes, estava encarregado de uma vasta plantação de cana-de-açúcar que foi trazida para a região.

A cana-de-açúcar era uma culturarentável e a família aproveitou a mão de obra escrava na época. Sua situação se deteriorou em 1766, quando um poderoso furacão devastou a área. A família de Josephine mudou-se para o moinho.

De acordo com “A Rosa de Martinique: a vida de Josephine de Beauharnais”, de Andrea Stuart, a futura imperatriz, apelidada de "Yéyette", será mais tarde nostálgica do campo de Pagerie, onde ela passou seus primeiros 16 anos de vida.

O banho de Josephine

Martinique Promotion Bureau
© Martinique Promotion Bureau

Na Martinica, a “Baignoire de Josephine”(Banheira de Josefina) é, na realidade,um banco de areia na costa atlântica, entre Islet Thierry e Islet Oscar. Dizem que a jovem Josephine estava a tomar um banho de sol, entre o céu azul, a areia branca e as águas cristalinas, como uma sereia em roupas confortáveis de algodão. Que já era uma inspiração para amoda de Paris.

Outra anedota particularmente marcante de sua vida: a história da profecia. Uma atraente garota de martinica, Euphemia David, teria previsto o futuro de Josephine, onde disse que a garota teria dois casamentos – o primeiro seria um casamento infeliz, trazendo-a para a Europa, e o segundo com um "homem moreno de pequena fortuna que cobriria o mundo com sua glória". Josephine se tornaria "mais que uma rainha", mas que morreria infeliz “com saudades de sua vida simples e agradável na Martinica". A história confirma esta premonição.

Uma estátua sem cabeça

David Giral
© David Giral

Segundo rumores, Josephine usou sua influência ao lado de Napoleão para restaurar a escravidão no Caribe no início do século XIX. Verdade ou não, sua família já havia se beneficiado com a escravidão, um passado obscuro da Martinica. Como evidencia, temos a estátua sem cabeça de Josephine no parque de Savane, em Fort-de-France.Em 1991, a estátua de Joséphine foi decapitada e depois borrifada com tinta vermelha.

Elegante e misteriosa, esta estátua no centro do parque, retrata as controvérsias do legado da Imperatriz e, também, é um outro lugar fascinante para visitar na Martinica.

Por Andrew Milne

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