“Cinquenta” é o número de anos que Martine e Leon Cligman levaram para reunir uma coleção inestimável de arte moderna, combinando pinturas, esculturas, tapeçarias e outros objetos. Este é um verdadeiro trabalho conquistado pelo casal de entusiastas: Leon, um magnata do mercado têxtil, e sua companheira artista Martine.

Na primavera de 2020, 900 obras da coleção particular de Leon Cligman se juntarão às galerias do novo museu regional de arte moderna instalado na Abadia de Fontevraud, no Vale do Loire. Entre as obras expostas, encontramos mais de cem pinturas do século XIX e do século XX, que carregam a assinatura de Toulouse-Lautrec, Degas, Soutine e Delaunay, e mais umas vinte esculturas inéditas de Auguste Rodin e Germaine Richier.

Foi justamente a “Fannerie” – um edifício anteriormente devotado aos estábulos das abadessas de Fontevraud e localizado logo na entrada do local – que foi escolhida para sediar o novo museu. Os dois primeiros andares deste edifício, com mais de 1.000 m², servirão de vitrine para as coleções permanentes, enquanto o segundo andar, mais autônomo, será dedicado para exposições temporárias.

No coração da coleção dos Cligman

A cenografia, confiada à designer Constance Guisset, incidirá na restauração da história da arte através do olhar dos colecionadores. O visitante será convidado à entrar no mundo do casal Cligman, e compreender seus gostos e a lógica que os levou a fazer essas aquisições. Algumas salas serão dedicadas à um artista particular, à um movimento ideológico ou a uma técnica especifica, enquanto outras incluirão obras de mesma sensibilidade para refletir o desejo do casal.

Esta é uma grande oportunidade para redescobrir a Abadia Real de Fontevraud, uma das maiores cidades monásticas herdadas da Idade Média e cuja particularidade era ser uma comunidade religiosa mista liderada por abadessas.